segunda-feira, 28 de junho de 2010

Fairytale


Me revirando na cama sem conseguir dormir por um mísero minuto,ainda nao acreditava no que estava acontecendo. Algumas horas atrás meu mundo havia mudado,para melhor. Todos aqueles anos pensando que amor era coisa de filme ou conto de fada,tudo isso havia sido apagado.
Era um dia quente no verão,eu estava sozinha na piscina do prédio tomando sol e lendo um livro estupidamente empolgante,quando de repente um som alto interrompe o silencio, é meu celular tocando.
-Alô?Jane?
-BIA A GENTE PRECISA CONVERSAR,ENTRA NO MSN!
Desligou. Jane é minha melhor amiga desde criança,uma das melhores pessoas que já conheci. Seu único defeito era viver tentando achar um namorado para mim.
Sem entender nada,arrumei minhas coisas e subi para o décimo quarto andar. Abri a porta,entrei e a fechei sem o mínimo cuidado. Quase que correndo,cheguei ao meu quarto ansiosa,liguei a tela do compuitador e entrei no msn.
Nem dois segundos se passaram e Jane já me chamava,apenas um link na página da conversa. Ao abri-lo,me deparei com um deus grego de olhos azuis e cabelos castanhos. Sem reação,pergunto a Jane quem é,apesar de me parecer familiar.
Ela me explica que ele é o irmão de um amigo nosso,que tem muito em comum comigo e que com certeza será o amor da minha vida.
Horas de discussão se passam e quando me dou conta já estou conversando com ele no msn. Seu nome é Rafael,e sim,temos muito em comum.
O tempo passa e a tarde chega ao fim. Ansiosa e desesperada,me arrumo para sair. Me pergunto se sou louca de sair com alguém que acabei de conhecer,mas a resposta contraria meus sentimentos. Já é hora de deixar o racionalismo de lado,não?
O interfone toca,ele chegou.
Saio correndo pelo apartamento,meu salto fazendo barulho. Ao sair da portaria, apenas um carro está na rua : preto e com ar imponente. Ao chegar ao carro e abrir a porta do passageiro, lá estava ele, elegante na medida certa. Com um sorriso no rosto e um jeito tímido, me comprimenta e pergunta onde iremos jantar. Nervosa,respondo que já haviamos discutido isso antes e que a escolha é dele.
Após um momento pensando, ele liga o GPS,digita um endereço e segue o que a voz feminina indica.
Tímida,nervosa e confusa ao mesmo tempo,fiquei quieta durante todo o percurso,apenas observando Rafael.
Ao perceber que o carro havia parado e olhar para fora, me deparo com uma fachada elegante de um restaurante. Nem havia percebido que era um dos mais caros da cidade.
Durante o jantar nossa conversa flui muito bem,descobrimos muito sobre nós dois. As pessoas nos olhavam e faziam comentários, mas isso não importava. A comida era maravilhosa, o vinho branco melhor ainda. Tudo parecia surreal, girando em torno dos olhos azuis de Rafael. Enquanto conversava com ele me perguntava se tudo aquilo era possível, já que me parecia bom demais para ser verdadeiro.
O tempo foi passando e as pessoas indo embora. Quando nos demos conta estávamos a sós no restaurante que parecia estar nos esperando para fechar. Sem cerimonias, Rafael pagou a conta e me levou para o carro. A noite estava lindamente estrelada,um pouco fria para o verão.
Entramos no carro e logo após sentar-se ao meu lado Rafael olhou profundamente nos meus olhos.
-Queria que você soubesse que nunca me diverti tanto durante um único jantar... – disse calmamente para mim, seus olhos fixos nos meus. – Queria poder ter te conhecido mais cedo, passado mais tempo com você.
-Para com isso, está me deixando com vergonha. – não pude evitar de olhar para baixo, sentia um frio na barriga que parecia querer me explodir.
Um longo silêncio pairou dentro do carro, eu podia ouvir nossos corações batendo fortemente. Fomos nos aproximando, nossos olhos fixos uns nos outros. Finalmente o momento mais esperado e emocionante da noite. Apenas as sensações e lembranças me restam, as palavras para descrever seu beijo não existem.
Deitada na minha cama após chegar em casa imaginava o quão tola eu era, uma pessoa que pensava que as histórias de conto de fada eram completa insanidade,causada por desavenças amorosas. No fim são apenas histórias que envolvem mágica, baseadas em acontecimentos reais.



Por Lethy

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Baile - Parte 1


Sentada no fundo da sala, eu assistia todos se despedirem no ultimo dia de aula. Todos se abraçavam e alguns ate deixavam uma lagrima cair. Eu estava tentando evitar dizer adeus. Muitos dos meus amigos iriam sair da escola no próximo ano, para fazer o ensino médio em outras escolas. Só nos veríamos daqui a dois dias na formatura, depois iríamos cada um pro seu canto.
Formatura. Arg. Só de pensar na palavra era como se alguém socasse minha barriga.
Esse era o momento pelo qual todos esperavam. Todos menos eu. Pra mim, esse dia podia não chegar nunca.
Todos já tinham seus pares para a formatura. Bom todos não, EU não tinha um par. O que torna a formatura mais indesejada. Me levantei e segui para a porta, eu podia falar tchau pra eles em dois dias.
Tentei ser o mais discreta possível, coloquei minha mochila nas costas e andei a passos rápidos e silenciosos. Estava quase na porta quando senti que algo prendeu meus pulsos.
Olhei assustada a pessoa que me segurava. Seu rosto perfeito tinha uma expressão assustada, ele parecia ter percebido o meu susto. Eu corei e isso fez ele rir, soltando o meu pulso para cobrir a boca e tentar abafar a risada. Fiz uma careta para ele e ele sorriu, tentando se recompor para poder prosseguir.
- Ia sair sem se despedir? – ele perguntou ainda com um sorriso no rosto.
- Não curto despedidas – disse a ele – alem disso vamos todos nos ver em dois dias.
Sua expressão mudou, agora suas sobrancelhas estavam juntas e a linha de sua boca apertada.
- Então você esta indo ao baile de formatura ? – sua voz também era diferente – quero dizer, você esta indo com alguém?
Outro soco se formou na minha barriga. Tentei parecer indiferente, mas senti meu rosto corar.
- Não – confessei
- Ah! – sua expressão mudou de novo, o que deu nele? – será que você não quer ir comigo?
Que? Como assim? Eu ouvi bem? Seus olhos estavam fixos em mim.
- C-claro – gaguejei – quero sim
Ele abriu um sorriso largo para mim e começamos a andar pelo corredor. Eu inda sem acreditar no que acabara de acontecer tentava achar minha voz para poder falar com ele.
- Não sabe como estou aliviado, você pode ir comigo ao baile! – ele dizia contente - eu podia jurar que você já tinha um par.
- Negativo – respondi – eu queria mesmo desistir de ir ao baile, você sabe. Ir sozinha não seria uma boa opção.
- Não sei o que acontece – ele me olhou confuso – todos os meninos são loucos por você
Soltei uma risadinha. Acho que ninguém avisou isso para eles pensei.
- Não importa mais – ele disse passando o braço pelo meu ombro, me envolvendo num abraço – agora eles não tem mais chances .
- Eu não estaria tão certa disso – brinquei
Ele parou de andar e me olhou com olhos preocupados e decepcionados. Não pude evitar rir
- Brincadeira bobo !
Ele riu também e me deu um empurrão carinhoso. Eu não podia acreditar, eu ia ao baile com o cara dos meus sonhos. Eu ia ao baile!




Continua....
Por Mari =]

domingo, 20 de junho de 2010

A droga chamada Açucar


Como foi que ele me achou aqui? Isso é uma loja de doces, não de esportes, onde ele geralmente esta. Eu não tenho tempo, não posso deixar ele me ver assim. E tudo isso por que eu não posso comer açúcar...
Há uns dez anos sai para buscar doces no halloween e eu nunca tinha ganhado tantos doces na minha vida. Eu sabia que se eu levasse aquele saco de balas para casa, Katlin, minha irmã mais velha iria roubá-las de mim. Então resolvi comer tudo eu que eu tinha ali, na rua mesmo. Mamãe não se importaria, eu já havia jantado...
Assim que a ultima bala desceu por minha garganta, comecei meu caminho para casa. Me sentia estranha, estava suando e me sentia nervosa mais imaginei que era o clima do halloween. Ia saltitando pelas ruas, toda feliz com minha fantasia de Sininho – as asinhas já caindo.
Cheguei em casa à mil, sentia uma forte vontade de pular no sofá, mais sabia que minha mãe não deixaria, então corri pelas escadas em direção ao meu quarto para poder fazer a farra lá na minha cama mesmo.
Pulei tanto que minha irmã, que estava no cômodo de baixo veio rapidinho ver o que eu estava aprontando. Lógico, ela contou para minha mãe que eu estava pulando na cama, e fez questão de lembra-la de que isso era uma coisa ruim.
Minha mãe me perguntou se eu havia tomado muito café, mais eu respondi que as únicas coisas que comi fora de casa foram as balas. Depois disso, nunca mais pude sair para apanhar doces no halloween.
Me acostumei com o fato de que doce me faz mal, mas estar em uma loja dessas me despertou uma grande vontade de comer todas as balas e chocolates da prateleira.
Foi ai que resolvi que compraria apenas uma barra de Sixlets. Um chocolatinho não me faria mal. Erro, um grande erro. Fez mal sim, aquela pequena barra de chocolate me fez querer mais e mais doces.
Como eu pude ficar tanto tempo sem essas coisas deliciosas a base de açúcar? Andava rapidamente entre as estantes procurando qual seria a minha próxima compra.
- Procurando algo em especial? – ouvi ele dizer – se quiser posso te ajudar.
Virei para trás para poder encarar a pessoa que falava comigo. Ele parecia feliz em me ver. Eu não podia dizer o mesmo.
Eu tinha consciência de que estava exatamente igual a 10 anos atrás, naquele dia de halloween, e justo hoje que estou assim ele aparece por aqui. Jorge é um dos garotos da turminha popular da minha escola. Eu sabia que ele jogava um charminho pra cima de mim, o que me agradava muito, mais como foi que ele veio parar aqui? Pensei que ele passava seu tempo livre na loja de esportes a duas quadras daqui.
- Não exatamente – me esforcei para não parecer estranha – só estou olhando.
- Olhando? Tem certeza? Você comprou quase a metade da loja. Você esta bem? Esta suando...
Acho que se não fosse pelo efeito do açúcar, eu estaria com o rosto completamente vermelho. Agradeci por isso.
- Acho que você deve parar de comer doces por hoje – disse ele tentando abafar uma risada.
- Ou pro resto da minha vida – concordei baixinho de mais para que ele pudesse ouvir.
- A gente se vê – ele disse se afastando
- Tchau – disse aliviada por ele ter ido embora.
Nesse momento, tudo o que eu queria era me enfiar no meu quarto, junto com minha vergonha e não sair de la nunca mais.
Bom, ate o dia seguinte pelo menos, quando eu teria de ir pra escola e encontrar com ele....





Bom, essa foi mais uma historinha da Mari, espero que tenham gostado. E aguardem pelos posts da Lethy !!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Enfermaria

Abri meu armário com cuidado para que meus livros não caíssem em cima de mim. Peguei meu livro de inglês e fechei a porta. Com o corredor cheio, teria que tomar cuidado para não esbarrar ou pisar no pé de alguém. À passos curtos, ia passando pelas pessoas sem olhar para ninguém, apenas para meus pés que se moviam rapidamente. Não sei bem como aconteceu, mas me choquei contra algo e em poucos segundos estava no chão. Ai.
Abri os olhos confusa e vi que alguém estendia a mão para mim. Senti meu rosto ficar vermelho. Marcos Henri estava ali parado, pronto para me ajudar. Peguei sua mão e me levantei, ajeitando a roupa amassada.
- Tudo bem? – perguntou preocupado
- Estou bem – menti – me desculpe, não olhei por onde ia.
Ele riu e disse que me acompanharia até a enfermaria para que a enfermeira pudesse dar uma olhada em meu tornozelo, que havia torcido quando cai. Assenti e segui na frente, esperando que ele não percebesse o quão nervosa eu estava.
Minha paixãozinha por ele começou na quarta serie, e eu nunca imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer, já que nos falamos poucas vezes.
- Amanha tem a festa da Ana, você vem? – ele me perguntou quando a enfermeira cuidava de meu pé.
- Não – eu disse – não curto ir a festas.
- E que tal se nós sairmos? Poderíamos ir ao cinema. Não posso deixar você ficar sozinha em casa em pleno sábado a noite.
- Cinema parece uma boa para mim – sorri pra ele.
- Ótimo, cinema as 8 – e saiu pela porta, depois de dar um leve beijo em minha bochecha.



Por Mari (: